
Nessa segunda edição do projeto O Caminho do Sertão, além da caminhada de 160km, será realizado o Ecos do Caminho. A atividade é pensada e organizada pelos caminhantes de 2014 e realizará uma série de ações comunitárias nas vilas e povoados que integram a travessia. Uma forma de estreitar os laços já feitos e trocar saberes e percepções sobre a travessia, a sociobiodiversidade e a cultura local. Para a realização do Ecos acontecer, foi criada uma campanha de financiamento colaborativo pelo site Catarse. Acesse e contribua: www.catarse.me/ecosdocaminho. Todas as recompensas para quem ajudar são de artesanatos produzidos na região e pelos próprios caminhantes.
E pra saber mais sobre o que será feito no Ecos, confira abaixo algumas das ações:
OFICINA “POEMOSAICOS”
Poemosaicos busca aproximar mais a poesia de quem a lê. De maneira propositadamente informal, os participantes são convidados à leitura de poemas espalhados na mesa ou no chão e, depois, a recortar versos e palavras que mais lhes tocaram. A partir dos recortes, os participantes constroem suas próprias releituras: os poemosaicos. É hora de reordenar, misturar, escrever aqui, dar liga ali. Seguindo a espontaneidade, é feito um novo convite de escrita, à moda dadaísta, em que os mesmos recortes/palavras são jogados em um saquinho e sorteados, deixando que o acaso escreva um poema novo. O resultado são poemosaicos transcritos e expostos para a comunidade.
Mediação – João Pedro Pupo
Caminhante de 2014. Formou-se em Letras – Japonês, pela Unesp de Assis (SP), em 2014. Morou um ano no Japão devido a um intercâmbio, onde pode caminhar por estradas de mais de mil anos de história. Já deu a volta da Ilha Grande à pé, ao lado de um grade amigo. É autor de três blogs e de um livro de poemas publicado artesanalmente. Atualmente, trabalha como professor de língua japonesa e revisor de texto, mas atua também como instrutor de Aikido e músico, tocando percussão brasileira e tambores japoneses.
OFICINA DE CONSTRUÇÃO E MOVIMENTAÇÃO DE MALABARES
A oficina é voltada ao público infanto-juvenil e tem como objetivo proporcionar o encontro com a arte circense do malabares, a partir da confecção das bolinhas e de truques básicos de movimentação. Propõe a apropriação do participante sobre os meios de produção do objeto artístico, desenvolvendo a ideia de um artista independente, além de trabalhar o desenvolvimento da coordenação motora, da concentração e do altruísmo, fortalecendo os laços e vínculos com e entre a comunidade.
Mediação – Juliana Pirró
Caminhante de 2014. É psicológa, possui Aprimoramento em Saúde Mental e Saúde Pública e cursa a ‘Carpintaria de Palhaços’, formação circense oferecida pelo Ponto de Cultura Raso da Catarina (SP) com ênfase em palhaço, acrobacias de solo e malabares; e integrante do grupo de capoeira angola ‘Angoleiros do Sertão’ (Assis/SP).
“ALUMBRAMENTO” – CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS PARA CRIANÇASSessão de contação de histórias em que Vinícius Mazzon narra contos tradicionais, entremeados por músicas populares, adivinhas e trava línguas. Tendo a ludicidade e o humor como marca, a apresentação pretende, além de encantar o público, servir como incentivo à leitura. Para isso, durante a sessão são apresentados livros que trazem publicados os contos narrados além de novas sugestões de leitura dentro do universo dos contos populares. Tem a duração de 1 hora e é destinada a estudantes do ensino fundamental e médio.
Mediação – Vinícius Mazzon
Caminhante de 2014. Realiza há 15 anos espetáculos teatrais e projetos audiovisuais dirigidos à infância. Apoiados por estudos e vivências com a cultura popular, estes projetos apresentam histórias tradicionais brasileiras, músicas populares e os personagens que recheiam nossa Literatura Oral. Já recebeu prêmios da FUNARTE, TV Brasil e Cinemateca Brasileira. É gestor do Ponto de Cultura Aprendiz Semeador, que trabalha com cultura e arte em escolas públicas de Curitiba.
OFICINA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS TRADICIONAIS E INCENTIVO À LEITURA
Tendo como público-alvo professoras e professores que trabalham com a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, a oficina pretende incentivar o uso da contação de histórias como recurso pedagógico em sala de aula. A vivência estimula ainda o diálogo sobre a literatura oral brasileira como entrada privilegiada para o universo da literatura escrita. Por isso, durante o encontro, serão apresentados livros com contos populares que poderão ser usados em aula, estimulando os alunos a aproximarem-se da literatura escrita e desenvolverem suas aptidões. A distância que as crianças experimentam dos livros deve-se, em parte, à distância que existe também entre as professoras e os livros. Esta oficina pretende ser um passo de aproximação entre as professoras e a literatura infantil de qualidade.
Mediação – Vinícius Mazzon
Caminhante de 2014. Realiza há 15 anos espetáculos teatrais e projetos audiovisuais dirigidos à infância. Apoiados por estudos e vivências com a cultura popular, estes projetos apresentam histórias tradicionais brasileiras, músicas populares e os personagens que recheiam nossa Literatura Oral. Já recebeu prêmios da FUNARTE, TV Brasil e Cinemateca Brasileira. É gestor do Ponto de Cultura Aprendiz Semeador, que trabalha com cultura e arte em escolas públicas de Curitiba.
PESQUISA MUSICAL – ACERVO ORIGENSA ação apresentará material já pesquisado sobre a musicalidade sertaneja de Minas Gerais e aprofundará novamente nessa tradição, buscando novas fontes, mestres, mestras e sons, em especial das folias de reis. O objetivo é trocar saberes com cantadores e cantadoras, realizar a captação de áudios e disponibilizá-los para outros pesquisadores e admiradores das tradições musicais da região.
Mediação – Cacai Nunes
Violeiro nascido em Pernambuco e criado em Brasília. É produtor musical e pesquisador da música brasileira. Criou em 2006 o projeto Acervo Origens, onde publica suas pesquisas musicais na internet e também as apresenta em um programa homônimo, veiculado na Rádio Nacional Brasília. Com base neste Acervo, Cacai também realiza o evento Forró de Vitrola. Toca viola caipira desde 2001, tendo dois cds lançados: “O Avesso” (2006) e “Casa do Chapéu”, gravado ao vivo em sua própria casa e com referências da música dos terreiros de candomblé e da convivência com os animais do cerrado. Com elementos da música regional, Cacai cria trilhas sonoras originais para cinema e vídeos institucionais.
OFICINA “CUIDAR DA ÁGUA É PRA TODA A VIDA”
A atividade abordará as problemáticas em torno do mau uso da água, sua diminuição, motivos, cuidados e ações concretas que devemos ter. Mostrará a necessidade da preservação do cerrado (matas-flora-fauna) para a sustentabilidade da vida, descrevendo a importância das florestas, cerrado e matas ciliares, das barraginhas, do combate às queimadas, da gestão do lixo, reciclagem, etc. E ainda como tratar o esgoto sanitário das casas rurais, aproveitando o efluente para “irrigar” fruteiras nos quintais.
Mediação – Jueli Cardoso Jordão
É Engenheiro Civil, especialista em Ecologia e Meio Ambiente, Professor de Estruturas e Gestão Ambiental. Já foi presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu e é presidente da Associação de Produtores de Água do Prata.
MULTIPLICA! – SEMENTES CRIOULAS E SABERES DA TERRAO Multiplica! é um projeto itinerante, com a proposta de promover o intercâmbio de conhecimentos entre ecovilas e comunidades tradicionais, através de oficinas práticas e exibição de material audiovisual. Durante o Ecos, o projeto pretende realizar uma feirinha de sementes em cada comunidade, falando sobre soberania, sementes crioulas e transgênicos. A partir da feira, buscará reconhecer e trabalhar com os guardiões locais de espécies crioulas. A ação também buscará mobilizar novos guardiões de sementes, observando oportunidades para oficinas práticas que podem ser imediatas ou em um próximo retorno, além da documentação dos saberes da terra das comunidades. Tem como público-alvo agricultoras e agricultores familiares de todas as idades e demais pessoas interessadas.
Mediação – Bruno Feu
Permacultor, agricultor agrofloresteiro ecológico, bioconstrutor e guardião de sementes crioulas. Procura resgatar e multiplicar conhecimentos atemporais de como viver com qualidade e simplicidade, integrado à natureza, sendo parte de um ciclo de vida natural e intuitivo. Trabalha junto a comunidades tradicionais aprendendo, registrando, difundindo e repassando esses conhecimentos e as sementes crioulas. É co-criador do projeto Multiplica!, nascido em 2014.
CINECLUBE PLANTINHAS DO MATO – MAPEAMENTO DE RAIZEIROS E RAIZEIRAS
Através da exibição do documentário “Curandeira é a Vovozinha”, a atividade propõe a prosa sobre o uso tradicional das plantas medicinais na região, resgatando causos, espécies nativas, mestras e mestres que mantêm esse saber no sertão mineiro. O vídeo proposto tem como função sensibilizar os participantes do cineclube para o diálogo sobre a manutenção do uso e do saber tradicional das ervas medicinais do Cerrado, pois mostra experiências positivas de farmacinha comunitária e de troca de saberes. Tem como público-alvo erveiros, erveiras, raizeiras, raizeiros, benzedeiras, parteiras, agricultores familiares, donas de casa e jovens interessadxs.
Mediação
Gabriel de Oliveira – Caminhante de 2014. Formado em Turismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atua principalmente com os seguintes temas: planejamento turístico; geografia e literatura; meio ambiente e preservação ambiental. Aprofundou pesquisa sobre o vínculo existente entre a obra do escritor João Guimarães Rosa e o sertão mineiro durante o Mestrado em Geografia (2013), pela mesma instituição. Atualmente no Doutorado, dá sequência à pesquisa sobre a influência do imaginário roseano no território dos gerais, em especial no Mosaico de Unidades de Conservação Sertão Veredas – Peruaçu, no norte mineiro.
Juliana Pirró – Caminhante de 2014. É psicológa, possui Aprimoramento em Saúde Mental e Saúde Pública e é Facilitadora em Educação Permanente em Saúde pela Fiocruz. Concluiu o curso Fitoterápicos para ACS e atualmente cursa a ‘Carpintaria de Palhaços’, formação circense oferecida pelo Ponto de Cultura Raso da Catarina (SP) com ênfase em palhaço, acrobacias de solo e malabares. É integrante do grupo de capoeira angola ‘Angoleiros do Sertão’ (Assis/SP).
Keyane Dias – Caminhante de 2014. É poeta, jornalista cultural e educadora ambiental. Integra os coletivos Eu Livre – Educação e Saúde, Pareia – Comunicação e Cultura, Mercado Sul Vive e a Teia Agroecológica dos Povos da Cabruca e da Mata Atlântica. Desde 2011, estuda a medicina e os conhecimentos tradicionais em vivências com raizeiros, parteiras e erveiras, além de cursos oferecidos por instituições como Iecam (RJ) e Funivale/Senar (MG). Cursou PDC – Design em Permacultura (Educação Gaia), é praticante de capoeira angola e pesquisadora da cultura popular. Criou em 2014 a série de vídeos Prosas Paridas, com relatos de parteiras tradicionais, e publicou em 2015 o livro artesanal de poesias Desaversos.
Leonardo Yu Marins – Caminhante de 2014. Formado em Comunicação Social com foco em criação pela ESPM-SP, acumulou experiências como designer gráfico e direção de arte publicitária. Cursou, sem graduar-se, Ciências Sociais na FFLCH-USP e especializou-se em Gestão de Empreendimentos Culturais e Criativos na Escola São Paulo, em Gestão de Projetos Culturais pelo MIS-SP e em Produção Cinematográfica pela Operahaus. Estuda Percussões Brasileiras no Instituto Brincante, é colaborador do Coletivo Piracema, tendo participado da produção de festivais em Piracicaba-SP, como o Instrumentalize (2012) e o Curau (2012). É fundador do portal Quero Incentivar esócio da 3 Apitos Esporte + Cultura.
Mariana Cabral – Caminhante de 2014. Graduada em Design Gráfico pela FUMEC, de Belo Horizonte (MG). Atua como fotógrafa e produtora audiovisual desde 2010. Como editora e finalizadora de imagem, produziu materiais jornalísticos e publicitários na Rede TV-SP, Produtora Mistika-SP, TV Band-MG, Imago Filmes e Papo Reto – A voz e a vez do Jovem. Fotógrafa oficial no Festival de Teatro Tiradentes em Cena 2013 e Virada Cultural de Belo Horizonte 2013. Assistente de Direção no curta-metragem Nó, pela Produtora Março. Expositora Bem Vir a Ser Tão, no Festival de Fotografia de Tiradentes – Foto em Pauta 2015, com registros feitos durante O Caminho do Sertão 2014. Atualmente, ministra oficinas de fotografia em escolas da rede pública do município de São Francisco-MG.
Rhaul de Oliveira – Caminhante de 2014. Bacharel em Ciências Biológicas, pela Universidade de Brasília. Mestre em Toxicologia e Ecotoxicologia, onde estudou os efeitos da poluição em organismos aquáticos. No doutorado enveredou-se pela mesma área. Atualmente, é professor do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal na Universidade de Brasília. Tem interesse em ecologia e toxicologia ambiental, estudos de fármacos e substâncias psicoativas, mais especificamente em tópicos relacionados à poluição das águas e do solo, nano-remediação, manejo e conservação da natureza.