
Hoje, trazemos um especial de dois relatos sobre o segundo dia de caminhada, travessia: Morrinhos até Igrejinha.
Comecemos pelo relato do segundo dia, da jovem Marina Reis, que já nos brindou com suas palavras sobre a experiência do primeiro dia, e novamente contribui conosco:
“Hoje nós acordamos bem cedo: 4:20 da manhã. Saímos de Morrinhos antes de raiar, por uma estrada de terra. Logo depois de pularmos uma porteira, o contraste do nascer do sol vermelho com uma plantação verde como o que me tirou o fôlego. Nessa hora, câmeras de última geração não seriam suficientes para captar tamanha beleza. O resto do caminho foi de matar. Quase literalmente. A vegetação era, quase sempre, a mesma e os caminhos de areia faziam a perna chiar.

“O contraste do nascer do sol vermelho com um campo de feijão verde como o que me tirou o fôlego.” Marina Reis – Foto: Idem
Logo que chegamos em Igrejinha- uma pequenina cidade árida e solitária como num filme de cowboy- pegamos a Kombi e fomos para um rio próximo, a uns 2km de onde estávamos. Lá me senti em paz. A água gelada anestesiou as dores e lavou a alma.
De volta ao acampamento, nos arrumamos para a folia que os moradores locais prepararam para a gente. E depois de um tempo um tempo (ou quando a cachaça fez efeito), todos já estavam muito animados e dançando. Teve piru bêbado, incontáveis idas ao bar, um novo ritmo no pé e até quadrilha junina! A festa rendeu… Mas uma hora tive que ir dormir, pois ainda tinham 5 dias de caminhada, afinal.
Boa noite.”
Agora, temos o relato do cineasta, músico, leitor e caminhante Carlos Maga:
“O primeiro dia o calor me venceu, estava já apaixonado e machucado pelo sertão.
Buscava os olhos de Diadorim e encontrava olhares solidários das pessoas, que agora pareciam ser uma só.
Os caminhantes, João, Paulo, Everardo, Elson, Vinicius, Helena, Juliana, Sophia, Tina, Fran! Fazia amigos assim como poeira, sabia nomes, quase todos de cor, fisionomias do caminhar.
A mochila eu esvaziei, o tênis troquei, a roupa não, era a mesma, do primeiro dia de amor pelo sertão.
Eu estava ali a procura do diabo no redemoinho, e achei foi Deus mesmo, na luz, na fotografia.”

“Eu estava ali a procura do diabo no redemoinho, e achei foi Deus mesmo, na luz, na fotografia.” Foto: Carlos Maga
Assim, encerramos nossa série de relatos sobre o segundo dia de caminhada, e nos preparamos para contar a história dos outros dias. Novos olhares, novos sentimentos, novas perspectivas desta, que foi uma experiência de ver a vida do Sertão.
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